Sou
um grande admirador do filósofo britânico Paul Brunton. Certa vez, li um
aforisma dele que nunca mais esqueci, e transcrevo aqui de memória
(acrescentando apontamentos meus).
Dizia
ele que a religião é dispensável para o verdadeiro artista. Não que esse
artista não possa ter uma; mas é que a arte pode servir como um caminho
espiritual tão válido quanto a religião.
Se
for um artista empenhado em executar uma obra cada vez mais próxima daquilo que
sua alma sopra pra si mesmo (e não um embusteiro em busca de dinheiro fácil),
então passos serão dados em direção a uma espécie de redenção.
Essa
ideia soa meio messiânica, mas dois tipos de pessoas irão compreendê-la: os
artistas - ateus ou não -, que algum dia produziram algo que lhes pareceu
profundamente sincero; e as pessoas que, em dado momento, sentiram uma
identificação de alma com uma obra artística.
E
esse é o ponto que acho interessante em relação a caminhada espiritual da arte:
as obras funcionam como faróis, como vislumbres de algo maior, algo que pode-se
chamar de Deus, de paraíso, ou algo inominável. A verdadeira obra de arte pode
inspirar todo tipo de pessoa (quem faz e quem aprecia) a se abrir para uma
transformação interna.
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